A comemoração dos 43 anos do deputado estadual Angelo Coronel Filho (PSD), na última segunda-feira (20), que, embora não tivesse tido um caráter institucional, reuniu nada menos do que 25 parlamentares tanto da ala do governo como da oposição e reforçou os rumores de uma frente em defesa de sua candidatura a presidente da Assembleia Legislativa da Bahia.
A reportagem do Política Livre apurou que mais deputados foram convidados e não compareceram por motivo de viagem ou incompatibilidade de agenda. Abertamente não foi feita uma defesa do nome de Ângelo Filho ao posto principal da Assembleia Legislativa, ainda que alguns deputados presentes tenham ensaiado um aceno como forma de agradecer o anfitrião. Entretanto, informações apontam que nos bastidores das conversas já estariam muito mais avançadas do que se imagina e os números já estariam sendo anotados em um caderno.
Hoje, há um consenso em torno do nome de Adolfo Menezes (PSD) que, sem dificuldade, deverá ser reconduzido à presidência. Caso o mandato dele seja “barrado” por conta da jurisdição do Supremo Tribunal Federal (STF) que impede a reeleição do presidente da Assembleia numa mesma legislatura, “Adolfo marcha com Angelo Coronel Filho”, assegurou uma fonte da cúpula do governo. O interlocutor frisou que “Adolfo, achando que há impedimento, que ele vem consultando (os advogados), o nome é o de Angelo Filho”.
Bancada da oposição
A fonte explicou que, hoje, seria praticamente impossível qualquer nome se eleger presidente da AL-BA sem o apoio da bancada da oposição e que o grupo formado por 19 deputados terá papel decisivo na eleição que se avizinha, em fevereiro de 2025, assim como teve, em 2017, a eleição de Ângelo Coronel (PSD), atual senador da República. “A Assembleia não elege mais ninguém por indicação de cúpula. A cúpula apenas abençoada. Foi assim com o Coronel, com o Adolfo e será com o próximo presidente”, cravou.
Se Adolfo Menezes desistir da disputa ou ficar impedido de exercer o mandato, na conta atual, Angelo Filho já teria 40 votos, segundo a fonte, sendo os 19 da oposição, 12 do G10 (“Bancada de Coronel”, formada por parlamentares governistas na Assembleia Legislativa com potencial de virar um G20) e nove da bancada do PSD. O número tem perspectiva de crescimento, já que há deputados na Assembleia que são considerados “flutuantes”, ou seja, de fácil convencimento.
Uma outra fonte fez questão de destacar que essas movimentações em torno de Angelo Filho não têm relação com as especulações sobre a possibilidade do pai, o senador Ângelo Coronel, não sair candidato à reeleição em 2026. “Não tem a ver com ‘compensação’ . Depois de Adolfo Menezes, o nome de Coronel Filho se apresenta como o mais forte do PSD justamente por conta da influência do pai dele”, disse.
Foto: ALBA