Lista inclui parentes de políticos e moradores de outras cidades recebendo salários acima de R$ 20 mil sem trabalhar.
O partido Solidariedade apresentou uma grave denúncia contra a Prefeitura de Camaçari, revelando um esquema que movimenta R$ 25 milhões por ano em salários para funcionários fantasmas. De acordo com a denúncia, dezenas de pessoas, muitas delas ligadas a políticos e até mesmo residentes de outras cidades, estão nomeadas na folha de pagamento da Prefeitura, recebendo altos salários sem jamais terem trabalhado efetivamente no município.
Entre os casos mais alarmantes, a lista revela que Eliomar dos Santos, filho do suplente de vereador Mar de Areias, recebe um salário de mais de R$ 19 mil mensais, aos 21 anos. Outra nomeação suspeita é de Eliete da Fonseca, mãe do candidato a vereador Roberval, de 80 anos, que também recebe R$ 19 mil. Tiago Peixoto, primo da ex-deputada Dayane Pimentel, ocupa um cargo na subsecretaria de Relações Institucionais e recebe a mesma quantia, apesar de ser corretor de imóveis de luxo, famoso por apresentar mansões em vídeos na internet.
A lista divulgada pelo Solidariedade inclui ainda André Elpidio Cerqueira, genro do prefeito Antônio Elinaldo, que recebe mais de R$ 12 mil mensais. Sua família também está supostamente envolvida no esquema, com o irmão, Maycon Cerqueira, recebendo R$ 9,6 mil. Outros nomes listados são de parentes de políticos como Andréia Vieira, esposa do ex-vereador Jackson, que tem vencimentos de mais de R$ 13 mil.
Na “lista dos fantasmas” há ainda familiares da chefe de gabinete do prefeito Elinaldo, Ruth Ribeiro, além de parentes de edis como Jamerson, Jorge Curvelo e Herbinho, três dos vereadores mais atuantes na defesa do governo do atual prefeito.
O partido Solidariedade destaca que muitos desses funcionários fantasmas sequer residem em Camaçari, mas em cidades como Salvador, Feira de Santana, Lauro de Freitas e Simões Filho. A prática de nomear pessoas de fora do município levanta suspeitas de uso indevido dos recursos públicos para beneficiar grupos políticos.
Segundo a denúncia, o impacto financeiro desse esquema é devastador para os cofres do município. Com os R$ 25 milhões anuais gastos em salários irregulares, seria possível construir até três creches para 200 crianças cada ou uma UPA 24 horas, atendendo à população com serviços essenciais de urgência e emergência.