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Rádio Peão: Tempo é dinheiro

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Em tempos de pré-candidaturas, Juca Aleixo retorna mais uma vez para narrar que na política, como na vida, tempo é dinheiro.

Tempo é dinheiro

O enfrentamento antecipado do prefeito de Camaçari contra o ex-prefeito e pré-candidato, que resultou na engorda da máquina antes mesmo da escolha do candidato, como forma de mostrar força, acabou gerando um gargalo e uma estagnação que está provocando insatisfação tanto nos detentores de mandato como os que esperam ser eleitos. A estratégia do lado vermelho de dosar o crescimento da máquina se mostrou eficaz e hoje conseguem vender a imagem – só possível pelo cenário com expectativa de vitória, é claro – de que o ouro está do outro lado da rua e muitos empresários importantes da cidade já decidiram migrar. Há quem garanta que a base do prefeito se tornou uma miragem e muita gente já estaria apalavrada para virar lá na frente ou para fazer campanha voltada para si, deixando à própria sorte o candidato do prefeito. A avaliação é de que o prefeito esqueceu do básico, de que para uma campanha estendida no tempo, é preciso de dinheiro.

Tempo é dinheiro parte 2

Como se não bastasse a crise na prefeitura, a falta de resposta da Câmara de Camaçari para atender seus filhos está gerando desânimo entre os players. A expectativa era que a máquina Legislativa iria atuar para o fortalecimento da base, mas segundo articuladores está sendo destinada quase que exclusivamente para o candidato, que apesar do movimento agressivo, ainda não demonstrou um resultado à altura para tamanho empenho neste período de pré-convenção.

Bases abertas

E falando na campanha, a declaração da coordenadora do líder de que ninguém pode garantir os mandatos dos vereadores de Oposição jogou gasolina no ambiente de chamas da pré-campanha do candidato do governo Jerônimo em Salvador. A mensagem foi a confirmação de que apesar do gesto via cota na Conder, apalavrado na última reunião e que chega de como auxílio emergencial, a eleição vai ser mesmo cada um por si. Os mais espertos entenderam que o líder não daria liga no início do ano e já firmaram acordos com o Palácio, que é quem pode facilitar seu caminho para recondução, deixando em troca suas bases abertas para reeleição do atual gestor.

Prioridade

O ex-Prefeito de Salvador fez questão de ressaltar em seu discurso no ato de pré-lançamento que a candidatura de Débora Régis é prioridade para eleição de 2024 e que o plano do grupo é implementar o modelo carlista de Salvador na cidade, destacando que o município não está na locomotiva do desenvolvimento na RMS por falta de gestão. Nos bastidores a avaliação é de que o interesse grande é baseado na avaliação que Lauro se tornou o El Dorado da construção civil, com margem para aquecimento do mercado tanto com o público de baixa e alta renda. A política e a economia andam de mãos dadas.

Prioridade parte 2

Após o ato de Débora Régis, o grupo vermelho acusou o golpe reagiu de pronto, chamando o senador e dono do partido na Bahia para defender a escolha do candidato e até a presidente nacional, para reforçar que a escolha do candidato foi acertada e que Lauro de Freitas está no rol das prioridades do PT para 2024. A propaganda eleitoral aponta o contrário.

Contra o tempo

A gestão Jerônimo Rodrigues enfrenta o desafio da construção da identidade enquanto carrega nos ombros o peso da continuidade. O governo, cujo grande trunfo até o momento foi o de trazer a BYD, em que pesa não ter vindo para ampliar, mas para substituir a Ford, para Bahia, com a promessa de tornar Camaçari o novo vale do silício, tenta dar resposta em meio às críticas pela condução da segurança pública, saúde e educação do Estado, feitas por um adversários que conta com a inanição da gestão e o enfraquecimento do presidente em um cenário de crescimento da Oposição para virar a mesa. Com a Ponte Salvador Itaparica e o VLT do Subúrbio ainda sem data, o governo tenta aproveitar ao máximo a lenha fornecida com as obras iniciadas nas gestões anteriores. Internamente o que se comenta é que cada dia mais sobe a pressão para o início de um calendário de obras e ações da gestão Jerônimo Rodrigues, com a necessidade de uma grande entrega pelo menos até o fim de 2025.

Máquina de votos

O ultimato dado pelo ex-Prefeito para tentar barrar o aval para o uso dos R$ 400 milhões de dólares de empréstimo pela gestão Jerônimo Rodrigues em infraestrutura no Estado, é motivado, entre outras coisas, pelo receio da máquina de votos que a medida poderá se tornar, principalmente no interior. Há quem garanta que com o dinheiro dá para pavimentar 1/5 da Bahia.

Desembarque

Os rumores de migração dos Elmaristas para o PP na próxima janela, em meio à crise após o ultimato dado pelo ex-Prefeito com relação ao aval para o uso dos 400 milhões de dólares por Jerônimo, aprofundou a crise entre ACM Neto e Elmar Nascimento. Apesar do movimento de abafa interno, há quem diga que o clima entre ambos está cada vez pior. Elmar tem apontado a interlocutores que o movimento de radicalização de Neto na oposição poderá atrapalhá-lo com a cúpula petista da Bahia, que exerce influência direta com o presidente, Governo e no Congresso.

Tabuleiro

Após fritar o presidente da Petrobras no caso dos dividendos, o Correria conseguiu convencer Lula de que Jean Prates estava servindo de marionete dos donos do petróleo e gás, retomando para Bahia o controle da máquina perdida no pós-Gabrielle. A medida é vista como mais uma movimentação com êxito do Correria no tabuleiro do xadrez da sucessão. Haddad acusou o golpe, mas prometeu pronta resposta.

Movimentação

O deputado federal Antônio Brito tem se movimentado para viabilizar sua chegada ao comando da Câmara dos Deputados. Com o aval e a promessa de empenho do presidente nacional do PSD para emplacá-lo, Brito tem apostado na romaria para conseguir angariar apoios. E no ato com Baleia Rossi, na ALBA, fez questão de elogiar o partido e garantir que ele será devidamente valorizado em sua eventual gestão.

Alinhamento forçado

O crescimento dos rumores da união do ex-prefeito Jabes (PP) e Valderico JR (UB), em Ilhéus, precipitou as conversas para união, mesmo a contragosto, dos pré-candidatos Adélia Pinheiro e Bento Lima, unindo PT e PSD. O PT já comunicou que não abre mão da cabeça, o PSD, em troca, quer espaço privilegiado no governo, o que a turma do 13 não concorda. Consenso é que se ambos não se unirem, a chance da Oposição vencer o pleito é de quase 100%.

Alinhamento forçado 2

Outra grande cidade que a Oposição deve se unir para ter viabilidade é Irecê. A união de Figueiredo (PDT) e Luizinho Sobral (PP), que ao romper levou junto Erício Batista (PT), e o ex-secretário de educação, Osvaldo (PV), joga pressão para Elmo, que terá que atuar com intensidade para transferir, em votos, sua boa avaliação para Murilo Franca. Por lá a eleição que no início do ano parecia barata, deve se tornar uma das mais caras da Bahia.

Tudo ou nada

A indecisão da prefeita de Eunápolis acerca do pleito tem levantado rumores de que ela planeja ir para tudo ou nada econômico, contra o ex-Prefeito Robério, que já tem mobilizado políticos e empresários locais como se eleito já estivesse. O cancelamento do tradicional Pedrão, que costuma ser a festa que encerra o São João na Bahia, ao lado da falta de ações para manutenção da cidade, levantou rumores da construção de um caixa para fazer frente ao ex-prefeito na eleição. Ela deve contar com o apoio de ACM Neto, pelo qual comprou briga pesada em 2022.

Na surdina

O movimento dos deputados de Centro para venderem a viabilização do Bahia Pela Paz em troca do pagamento das emendas e do atendimento aos prefeitos quase deu certo, mas acabou frustrado pelo líder da Oposição, que captou o movimento em curso que já tinha até o Serin no circuito. Como a operação não se efetivou, a turma segue no script do Governo, de pagamento dos compromissos via doses homeopáticas.

Quem são:

Professor: Jerônimo Rodrigues

Ex-Prefeito: ACM Neto

Líder: Geraldo Júnior

BR: Bruno Reis

Correria: Rui Costa

Essa notícia foi atualizada em 20 de maio de 2024 20:48

Publicado por
Juca Aleixo

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