O presidente de Honra do MDB, Lúcio Vieira Lima, avalia que a candidatura da vereadora Lúcia Rocha à Prefeitura de Vitória da Conquista atende aos critérios técnicos para união da base e questiona opção do Partido dos Trabalhadores em manter candidatura mesmo tendo uma da mesma base liderando.
“Em Vitória da Conquista é um caso que vai ser fácil unir a base, desde seja com essa intenção, com o objetivo de ganhar. E quem é o melhor? Você tem Lúcia Rocha com 40% e a prefeita e Waldenor com 15%. Em um cenário onde já se cogita trocar Nonô por Zé Raimundo por ele não estar decolando. Se o critério for candidato da base com condição de vitória, não há o que discutir. A vitória de Lúcia é a vitória de Jerônimo Rodrigues. O PT pode achar que a vitória não é do PT, mas ela é de Jerônimo, do projeto político”, apontou Lúcio Vieira Lima em entrevista ao OFF News.
“Eu disse desde início, a maneira mais fácil de estabelecer critério é responder as perguntas: Por que Nonô? Por que não Lúcia Rocha? É uma questão passional? Se for, essa não é forma fazer política, a questão passional não vai encher barriga do povo, não vai conseguir resolver os erros da atual gestão. Ela pode até nos levar à derrota e o povo de Conquista enfrentar mais quatro anos de descaminho. Gosto muito de Nonô, foi meu colega, ninguém pode tirar qualidade Nonô como ser humano. De onde vem esse elemento passional? Do fato do PT ter governado a cidade por 20 anos? Se for esse critério estamos na frente. Elegemos candidato depois 20 anos deles, O MDB ganhou, Hérzen foi eleito e reeleito. O Projeto MDB foi aprovado; aí Veio Deus e por vontade dele achou que ele deveria assumir um posto no céu. Pergunto: será que o MDB dessa forma passional não tem direito pleitear continuar obra que foi interrompida? Para mostremos à frente da prefeitura que também somos capazes de continuar a fazer crescer como foi no governo de Herzem?”, questionou o presidente de Honra do MDB.
Em ao menos três das 20 maiores cidades do Estado, foco de atenção na eleição de 2024, já comunicada pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT), dada sua derrota em mais de 80% deles, o Movimento Democrático Brasileiro e o Partido dos Trabalhadores entraram em rota de colisão, quer seja por força de apoio para outros partidos ou pela busca de apoio para si próprio.
O ex-deputado federal revelou que nem ele e nem o seu irmão, o ex-ministro Geddel Viera Lima serão candidatos em 2026.
“Isso que tem que definir, volto a dizer, o mais importante é a base ou o partido? Os maiores empecilhos para organização são os deputados estaduais e federais. Se eles vão abrir mão de eleger um seu, para eleger um da base, esse da base vai ajudar ele ou o partido em 2026, para fazer uma divisão justa de votos? Os partidos sofrem pressão, o governador sofre pressão. O governador tem procurado com seriedade justiça entender o cenário. Quando tiver impasse verdadeiro, não passional, porque se fosse critério passional eu não tenho dúvida, todos os prefeitos seriam do PT. Todos sabem que Jerônimo é petista raiz, ele agora sabe, declarou que é o governador de todos os baianos. Declarou que a aliança é do ganha ganha e não do ganha perde. Por isso procuro separar o peso diferente da fala do presidente Éden e do governador. Jerônimo fala do governo, da aliança, Éden pelo PT”, avaliou o Mdebista.
“E como nem eu e nem Geddel seremos candidato em 2026, podemos ter uma visão mais ampla em torno de base. Poderíamos estar lançando candidato a prefeito em todos os municípios, pois isso ajuda a garantir votos para eleição para deputado. Mas como não somos candidatos, não posso trocar 50 votos para mim por 10 mil que podem ir para base. Como não estou brigando para plantar a semente do voto de deputado, para o nosso partido não interesse nada que leve a lutas menores nos municípios, para o próprio interesse. Tudo é uma questão de sintonia fina, bom senso e diálogo. No caminho da conversa o que não dá é para sentar a mesa com ideia formadas e querer leva tudo a ferro e fogo”, sinalizou Vieira Lima.
Itabuna
Ao ser questionado sobre Itabuna, o presidente de honra do MDB questionou a narrativa de que o prefeito Augusto Castro (PSD), que está na cadeira, tem direito à recondução, usada pelo PT para confirmar apoio ao atual chefe do executivo.
“Em Itabuna é um caso em que o PT se dividiu entre a reeleição do prefeito, do PSD, e a candidatura própria de Geraldo. O PT dissidente não viabilizou uma candidatura, então ficou de decidirmos quem iremos apoiar, se o prefeito do PSD ou Geraldo. Vamos aos critérios: 1º ponto, os argumentos do PT dissidente que quer levar o apoio a Augusto, que por óbvio também estão lutando para manter seus espaços, é que Augusto tem direito à reeleição; o MDB, na eleição passada, como fez o PT, apresentou candidatura contra Augusto. Ele ganhou, mas conseguiu fazer um governo pior que prometia, e logo esse direito de reeleição incidiria para o PT e MDB. Essa gestão fortalece mais ainda o direito à desejar mudança”, ressaltou o Mdebista.
“Geraldo Simões apoiou Lula e Jerônimo, o prefeito liberou seus secretários para apoiarem ACM Neto e Bolsonaro. Na nossa ótica, liberar secretários significa um pé em cada canoa. Itabuna é uma cidade que o governo Rui fez os maiores investimento e no entanto, isso não correspondeu na votação. O prefeito de Itabuna não teve capacidade política, que deve estar aliada à administrativa, para transformar em voto. Tou no projeto político, administrativo, que busca proteger, que visa à reeleição de Jerônimo em 2026. Não acho que a reeleição de Augusto será melhor para continuidade projeto está sendo bom para Bahia e para o Brasil. Eles podem alegar para defender Augusto que o PSD abriu mão em outros municípios. Recentemente Antônio Brito pediu o MDB de Jequié e entregamos. Temos generosidade para em apoiar, desde que isso seja conversado e alinhado com o MDB”, concluiu o ex-deputado federal.
Itapetinga
Outra cidade em que o MDB e o PT não chegaram a um consenso é Itapetinga. Lúcio Vieira Lima garantiu que o MDB terá candidato à sucessão de Rodrigo Hagge e avaliou que o apoio do prefeito ao advesário de Jerônimo, ACM Neto, em nada afetou os planos do partido para o município, já que Hagge comunicou sua decisão que foi baseado em particularidades do contexto local. Ele apontou diferenças entre o apoio de Hagge e de Colberto a ACM Neto.
I”tapetinga é uma caso típico. Eu apoiei Jerônimo e o PT, mas não deixei de ter meus companheiros, que por interesse momentâneo não marcharam junto e abriram dissidência. Dissidência essa que foi acordada. Tenho documentos dos prefeitos, a decisão foi tomada comunicando ao partido, que comunicou que seria respeitada as dissidência por questões locais. É natural, se em Itapetinga se tem uma adversário que é o PT, como se daria composição? Como explicar ao eleitorado. A dissidência foi acertada sem nenhum tipo punição e assim foi feito”, pontou Lúcio Vieira Lima.
“Hagge se apresentou como dissidência, Colbert se apresentou como MDB. Colbert devera dizer não posso apoiar Jerônimo que o meu adversário é Zé Neto, do PT. Agora não poderia dizer que não apoia porque é do MDB da resistência, fazer festa usando timbre MDB, dizer que tem o partido, ele quis afrontar não só a direção como todo partido. Essa é a diferença. Rodrigo é do MDB, e na eleição municipal tenho que fortalecer meu partido. O fortalecimento do MDB agora significa apoio a Jerônimo em 2026, na sua reeleição. Volto a dizer, tudo tem que ter critérios, se não vamos enveredar pela passionalidade que não ganha eleição. O PT de Itapetinga apoiou Jerônimo, eu não vou jamais pedir para ele não ir itapetinga pedir voto ao seu candidato. E não está descartada o futuro prefeito declarar apoio a Jerônimo em 2026”, sinalizou o presidente de Honra do MDB.