Jovens de Salvador promovem visita da Defensoria Pública ao Instituto Odara

FOTO: Leonardo Mendonça

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Nesse sábado (11), jovens e adolescentes do Colégio Módulo, em ação social extracurricular para a gincana promovida pela própria escola, visitaram a Instituição Odara – uma organização negra feminista soteropolitana – e possibilitaram um diálogo entre uma representante da Defensoria Pública e as componentes do grupo sobre os direitos das mulheres pretas, seus papéis sociais e suas virtudes.

Ação social: Odara e Defensoria Pública

Alunas, ex-alunas e familiares do Colégio Módulo – apenas componentes do gênero feminino – contataram a Defensoria Pública do Estado da Bahia e disponibilizaram uma representante para tirar quaisquer dúvidas das mulheres presentes na reunião.

Eva Ferreira, defensora pública que participou do encontro explica: “A convite da Equipe Farra da gincana de 2023 do Colégio Módulo, fui ao encontro de mulheres que integram o Instituto Odara”.

Durante a manhã, a defensora Ferreira compartilhou os contatos diretos da instituição pública e explicou sobre o funcionamento diário, inclusive nos finais de semana. Muitas mulheres tiraram dúvidas e dividiram seus problemas individuais.

 “O encontro foi de grande importância, pela oportunidade de esclarecer às mulheres sobre seus direitos nas relações familiares, tais como partilha de bens em caso de separação, direito aos alimentos para os filhos quando os genitores se recusam a fornecer de forma espontânea, investigação de paternidade e tantos outros direitos que muitas vezes elas desconhecem”, completa.

FOTO: Leonardo Mendonça

A Defensoria Pública é um órgão presente em todas as unidades federativas do país cujo objetivo é oferecer aos cidadãos em situação de vulnerabilidade orientação jurídica gratuita para que possam garantir seus direitos constitucionais.

Para além dos direitos humanos, também é possível acionar a Defensoria em situação de proteção do meio ambiente.

Com o objetivo de trazer conforto e leveza à conversa proposta, as alunas ofereceram às presentes um lanche da manhã, com suco, bolo, salgados, entre outras opções.

FOTO: Leonardo Mendonça

Para finalizar a ação, as visitantes distribuíram um kit de higiene feminina para as integrantes do grupo Odara.

O que é a Instituição Odara?

O Instituto Odara é uma organização negra feminista soteropolitana, que oferece a mulheres periféricas, principalmente da região do Nordeste de Amaralina e Santa Cruz, um espaço de reconhecimento de sua posição política e de acolhimento e sororidade, com o compromisso de reforçar a autonomia e a garantia de direitos.

O Odara está instalado no Nordeste de Amaralina há cerca de cinco anos e são realizados encontros semanais para discussão sobre violência racial e de gênero, além do fortalecimento da comunidade feminina preta.

A organização mantém parcerias com outros programas da Região Nordeste, do Brasil e da América Latina, com destaque ao Uruguai.

Joselita Menezes conheceu o Odara em um momento de tristeza profunda e desamparo, logo após seu filho de 11 anos ter sido vítima fatal de violência policial.

“Eu fiquei mais depressiva, mais dentro de casa, sem querer sair. Não queria conversa com ninguém”, explica Menezes como estava antes de ser convidada por Márcia Ministra, organizadora dos encontros semanais, a se juntar ao grupo.

Para Miriam Alves, outra participante, a ingressão à organização mudou sua vida. Deprimida, depois de sofrer uma série de violências domésticas, ela encontrou no grupo de mulheres Odara força para sair de tal situação.

“Teve um evento (do Odara) no Uruguai, em que uma mulher relatou um caso de violência que me caiu a ficha, que me deu um estalo. ‘Poxa, isso aqui sou eu’”, confessa.

FOTO: Leonardo Mendonça

Recentemente, a instituição, com apoio financeiro de uma marca de cosméticos, presenteou às mulheres do grupo com um curso de culinária do SENAC, como forma de auxiliá-las no mercado de trabalho.

Por: Beatrice Magalhães

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