O presidente do PP Bahia e vice-governador do estado, João Leão, concedeu entrevista exclusiva para o OFF News, na última segunda-feira (14), logo após o partido anunciar oficialmente o seu desembarque do governo Rui Costa (PT). Na conversa, Leão tratou, entre outras coisas, dos motivos que pôs fim a uma união que durou 14 anos com o PSD e PT e que provocou um terremoto inesperado que embaralhou o cenário político na Bahia.

Decisão de desembarque formalizada, qual o rumo que João Leão e o PP vão tomar?

Agora vamos ver. O rumo nosso será em função; hoje nós definimos aqui no partido a responsabilidade de ter de cortar um cordão umbilical. Nós tínhamos um acordo com o Partido dos Trabalhadores que durou 14 anos; então, esses 14 anos foram 14 anos que nós trouxemos desenvolvimento econômico, trouxemos uma série de coisas junto ao Governo da Bahia para Bahia numa parceria com PT. Eu tenho uma coisa comigo, eu gosto muito de longevidade, eu sou casado com dona Teresa há 47 anos, então, Infelizmente, quem rompeu esse acordo de 14 anos, esse, vamos dizer assim, “casamento político”, não foram nós, foram eles.

O governador Rui Costa alegou que o sr. não teria pedido para ele que se afastasse do cargo, em referência ao acordo desfeito. O senhor solicitou que o governador se afastasse da função ou lhe foi oferecido isso?

Eu nunca pedi nada, eu nunca pedi absolutamente nada. O senador Jaques Wagner, na cabeceira da minha mesa, na minha casa – eu cedi a cabeceira para ele -, e ele me convidou para ser governador em exercício. Teríamos Rui Costa como senador e Otto Alencar (PSD) como governador e eu ficaria com o governo [mandato tampão]. Era a maneira de você agradar o tripé como se diz da política, que eu dizia que era o tripé da política, o teodolito; então, o teodolito quebrou.

A entrevista do Senador Jaques Wagner foi o que motivou o processo de ruptura do PP, que poderia ter ocorrido de uma forma menos traumática. O senador errou ao não procurar vocês antes de conceder entrevista para comunicar que não haveria mais como sustentar o acordo com o PP?

O movimento do senador Jaques Wagner, tanto ele errou, que ele fez um pedido de desculpas públicas, não sei se você viu na rede sociais um pedido desculpa dele: “Leãozinho me desculpe, tal e tal”. Bote junto esse pedido de desculpa dele, transcreva as palavras do senador [no pedido de desculpas] e as palavras dele na rádio; Infelizmente meu amigo Jaques Wagner deu uma escorregada.

A saída do PP da base do governo significa um caminho direto para o grupo de ACM Neto?

Não. Nós estamos observando os cenários, nós poderemos ter candidato a governador, poderemos ter candidato a senador, poderemos marchar com partido a ou b; tem alguns partidos da base que querem vir conosco também. Então nós estamos discutindo, conversando. Eu não quero implodir o governo, ao contrário, eu já disse ao governador Rui Costa que os nossos deputados, eles vão votar com a consciência de cada um, como sempre voltarão, e com o desejo de ajudar nossa Bahia, aquilo que for bom para Bahia estaremos juntos.

Aliados do governo falam que o PP sairá fraturado da base, já que alguns gestores e parlamentares possuem ligações com o governo. Como sai o PP da base do governo?

Saiu completo, com todos os companheiros juntos. Com todos os companheiros. É claro que você tem aquela velha história; você tem um convênio de R$ 30 milhões aqui, tem um convênio de R$ 20 milhões ali, que todo prefeito quer assinar…. Eu espero que o Governo da Bahia honre com todos aqueles convênios que ele acordou com todos os prefeitos, seja ele do União Brasil, do PP, PCdoB, PSD, PT, PL, seja com todos os partidos. Você quando assina um convênio com o município, você não está assinando um convênio com o partido, vocês está assinado um convênio para população daquele município, seja lá quem for o partido que tiver na gestão. Quem votou naquele partido, naquele gestor foi o povo do município e nós temos que respeitar isso; mas Rui é muito consciente sobre isso.

Livre do acordo com o PT na Bahia, O PP Bahia estará com Lula ou com Jair Bolsonaro?

Vamos discutir, vamos conversar.

Foram 14 anos de aliança, qual a sensação que você sai do governo?

“Na minha vida e eu não tenho a palavra tristeza, eu sou feliz por natureza, se eu lhe disser que estou triste eu estaria mentindo. Eu estou feliz e sou feliz e vou continuar feliz. A felicidade mora aqui ó, em João Leão