O presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), encerrou o depoimento do líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), após o parlamentar afrontar os membros da CPI da Pandemia alegando que os trabalhos da comissão do Senado Federal prejudicaram o país e provocaram uma desistência de muitos laboratórios de vacina em negociar com o país. O fato foi desmentido por laboratório.
A suspensão da audiência acolhe pedido do senador Alessandro vieira (Cidadania).
“É um momento grave da vida nacional, que não comporta molecagem, que não comporta brincadeira”, ressaltou Vieira ao apresentar pedido para encerrar o depoimento de Barros.
Além disso, o presidente da comissão prometeu que irá acionar o Supremo Tribunal Federal para que a Corte avalie medidas contra o parlamentar.
Na oitiva, Barros negou ter relação com a Precisa Medicamentos, ex-intermediária da Covaxin, e com a Global Saúde, empresa da qual responde processo por medicamentos não entregue durante sua gestão na CPI da Covid, ou com o sócio-administrador das empresas, Francisco Maximiano.
O deputado, que foi convidado para prestar depoimento, por ter o status de testemunha, passa para condição de investigado, e será convocado compulsoriamente para estar na comissão que investiga as ações e omissões do governo federal na condução da pandemia no dia em que sua oitiva for agendada. Podendo ser alvo de condução coercitiva caso abra mão de se fazer presente.
“Não muda nada, hoje eu jurei falar a verdade e não precisava, pois vim na condição de testemunha; e fiz, pois vim aqui falar a verdade. Não vou permitir que narrativas mentirosas se repita. Não é possível que eles não percebam que a narrativa da CPI está perdendo força, a cada pessoa que vem depor os argumentos deles estão se deteriorando. Continuarei à disposição para prestar os esclarecimentos. Vou provar que estou com a verdade”, destacou Barros em coletiva após o fim da sessão.
Também em coletiva, o vice-presidente da CPI da Pandemia, Randolfo Rodrigues, rebateu as acusações de que os trabalhos da CPI atrapalharam o país de obter vacina, alegado por Barros: “ele não gostou porque essa CPI atrapalhou os negócios da Precisa e da Global, negócios que o senhor Ricardo Barros defende. A CanSino já desmentiu isso, também queremos comprar diretamente da Bharat Biotec, o que defendo””.
“A CPI impactou o Brasil, tirou do debate essa selvageria da imunidade de rebanho, agilizou o calendário das vacinas, combateu a robalheira no governo, no Ministério da Saúde”, destacou o relator da CPI da Pandemia, Renan Calheiros, em sintonia com o vice-presidente da comissão.