O ano de 2022 será decisivo para os candidatos da chamada ‘nova política’, que foram os candidatos eleitos em 2018 na onda antipolítica e de apoio à Operação Lava Jato que derrotou políticos tradicionais nos estados.
“Três anos após o sucesso nas urnas, políticos que se classificam como adeptos da “nova política” preparam-se para concorrer a novas eleições em 2022. Na disputa por governos estaduais, colocarão à prova o capital político conquistado. Dos nove senadores eleitos pela primeira vez para um cargo eletivo em 2018, ao menos cinco planejam voos mais altos em seus respectivos estados. Dois deles são do campo bolsonarista: Eduardo Girão (Podemos), do Ceará, e Soraya Thronicke (PSL), de Mato Grosso do Sul”, diz Folha de São Paulo.
Eduardo Girão é empresário dos ramos de hotelaria e segurança privada, e disputou sua primeira eleição em 2018 e conseguiu desbancar o senador Eunício Oliveira (MDB), que tentava a reeleição. Nos últimos três anos, ele conseguiu se consolidar como um dos protagonistas da oposição no Ceará, assumindo o lugar de partidos como o MDB e o PSDB, que se aproximaram do governador Camilo Santana (PT).
Girão ganhou holofotes nacionalmente na CPI da Covid, onde atua em defesa do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
“Na comissão, fustiga seus principais adversários locais: o governador petista e o ex-prefeito de Fortaleza e provável candidato ao governo Roberto Cláudio (PDT). Sua principal bandeira é o combate à corrupção. Para consolidar-se como candidato ao governo, Girão trabalha para construir um grupo político forte no Ceará. Em 2020, a oposição teve bom desempenho nos grandes centros urbanos e venceu em três das cinco maiores cidades do Ceará”, diz matéria da Folha.
Outro membro do senado que colocara à prova a consistência da ‘nova política’ é a senadora Soraya Thronicke (PSL), que deve concorrer ao Governo de Mato Grosso do Sul. Advogada e empresária, ela ficou conhecida por atuar em movimentos de rua contra o PT e chegou ao Senado em 2018 na onda bolsonarista.
“Para 2022, ela pretende disputar o governo amparada no mesmo discurso anticorrupção que alavancou sua candidatura há três anos. Tem conversado com partidos pequenos e dificilmente terá o apoio dos principais caciques locais”, diz Folha.
No Rio Grande do Norte, o senador Styvenson Valentim (Podemos) é um potencial candidato ao governo.
“Policial militar, ele era coordenador das blitze da Lei Seca e ganhou popularidade com vídeos nas redes sociais. Foi eleito para o Senado em 2018 derrotando políticos tradicionais do estado, como o ex-senador Garibaldi Alves (MDB). À Folha ele diz que ainda não decidiu se será candidato ao governo do estado”, diz Alves.